A prevenção ao uso de álcool e outras drogas é parte de um conjunto de ações desenvolvidas pelo Estado com o objetivo de solucionar problemas relacionados ao consumo dessas substâncias – sociais, de saúde pública, situações de vulnerabilidade, envolvimento com tráfico, entre outros. Chamadas de políticas públicas, essas ações envolvem diversos setores e profissionais para promover a qualidade de vida e garantir os direitos do cidadão. Hoje, a política nacional sobre drogas prevê três eixos de atuação: atenção, prevenção e cuidado, uma abordagem que é fruto de um processo que iniciou há cerca de 30 anos.

 Até os anos 80, as políticas públicas sobre drogas davam ênfase na segurança pública, na justiça penal e na criminalização do usuário. Este era visto sob uma ótica médico-psiquiátrica, considerado um “doente”, e o principal dispositivo assistencial era a internação hospitalar. Esta abordagem só começa a se transformar a partir da Reforma Sanitária, da instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) e, mais recentemente, da formulação da “Política Nacional Sobre Drogas”. Aprovada em 2005, ela descriminalizou o uso de drogas e passou a considerar este problema do campo da saúde pública e não do jurídico.

 Paralelamente, o Ministério da Saúde lançou, em 2003, a “Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Drogas”, onde o enfoque principal é a redução de danos, baseado no respeito à cidadania e às escolhas dos usuários e direcionada à integralidade de sua saúde. Em 2010, em decorrência do aumento do consumo de crack no país, há um incremento dessas políticas, que passam a se chamar ““Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas”.

Esse plano foi reeditado em 2011, com o nome “Crack, é possível vencer”. Foram realizadas melhorias na integração entre setores e minitérios e fortalecidos os compromissos e responsabilidades compartilhadas pelo Governo Federal, Distrito Federal, Estados e Municípios, além da participação de organizações da sociedade civil. O campo da prevenção ganhou prioridade e hoje é forte a busca por consolidar uma rede de acolhimento, que envolva as áreas diversas como a saúde, a assistência social, a justiça, a educação e cultura.